A história do Rio Grande do Norte

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História do Rio Grande do Norte
Por do sol em Tibau do Sul, foto por: Silene Andrade

A história do Rio Grande do Norte teve início a partir do povoamento do território brasileiro, ainda antes da época da colônia, com a migração de povos nômades, caçadores e coletores para diversas regiões como em direção aos Andes, para o Planalto do Brasil, se espalhando pela Região Nordeste e consequentemente chegando onde hoje é o Rio Grande do Norte.

Ao longo da história o território sofreu diversas invasões de povos estrangeiros, sendo essas realizadas principalmente por povos holandeses e franceses.

O território do Rio Grande do Norte já foi subordinado à Capitania de Pernambuco na época da colônia, quando foi subordinado ao governo-geral do Estado do Brasil, instaurado durante o reinado de Dom João III um evento importante para a historia do rio grande do norte. 

O Rio Grande do Norte passou a ser uma província no ano de 1822, quando o Brasil adquiriu sua independência de Portugal. Consequentemente, quando ocorreu a queda da monarquia e a proclamação da república a província passa a ser um estado, seu primeiro governador foi Pedro de Albuquerque Maranhão, ainda assim podemos dizer que a historia do rio grande do norte começou muito antes.

Nesse artigo iremos abordar a historia do rio grande do norte em 4 partes, sendo elas:

  • Período pré-histórico
  • Rio Grande do Norte pré-colonial
  • Rio Grande do Norte na época da colônia
  • Rio Grande do Norte pós independência
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Ao considerar estes 4 tópicos iremos traçar a trajetória de crescimento de um dos estados com a cultura e a historia interna mais rica do Brasil.

Período pré-histórico

Inicialmente o território foi povoado por caçadores e coletores que deixaram vestígios de sua passagem pelo território do estado nos atuais sítios arqueológicos de Angicos e Mutamba II.

O território é apontado ao lado do estado de Pernambuco como um dos subsídios arqueológicos mais importantes do Nordeste. Alguns dos sítios apresentam inscrições rupestres, como incisas. São encontradas inscrições incisas seguidas de pinturas em outros locais, como no Lajedo de Soledade, em Apodi.

As inscrições rupestres encontradas nesses sítios e seu significado ainda é discutido, o mais aceito afirma que essas inscrições e desenhos tiveram como principal objetivo transmitir uma mensagem, como um instrumento de comunicação, usando uma espécie de escrita diferente da atual.

A história do Rio Grande do Norte pré-colonial

A história do Rio Grande do Norte durante o período da colonização, o território potiguar era ocupado por índios do povo Tupi. No interior, residiam os tapuias, povos indígenas que andavam totalmente nus e que depilavam todos os pelos existentes em seus corpos.

Essas áreas hoje correspondem hoje às regiões do Seridó, Chapada do Apodi e zona serrana do Rio Grande do Norte.

Quanto ao local onde Cabral desembarcou a primeira vez, dentre as controvérsias, a praia de Touros é apontada como o local por alguns pesquisadores. Nesse local o litoral do Rio Grande do Norte forma um ângulo de 90° entre as direções norte e leste, o que dá ao estado o apelido de “esquina do continente”.

A história do Rio Grande do Norte na época da colônia

Segundo historiadores, a primeira expedição organizada no território do Rio Grande do Norte teria acontecido em 10 de maio de 1501. O comandante da expedição  não é de conhecimento exato, muitos nomes são citados, dentre eles o mais aceito é o de Gaspar de Lemos.

O resultado dessa primeira expedição foi a chegada ao Rio Grande, à altura do Cabo de São Roque. Segundo o historiador Luíz da Câmara Cascudo , nesse local ocorreu a implantação do primeiro marco de posse do Brasil.

Nesse mesmo período, a Coroa decidiu enviar grupos militares para realizar expedições denominadas de “Guarda Costas”. Essas expedições tinham por finalidade a defesa da colônia, nesse tempo, todo o litoral brasileiro estava sendo visitado por piratas, principalmente franceses intitulados de “Corsários”.

Diante da ameaça da invasão o navegador português Cristóvão Jacques sugeriu que o local fosse imediatamente povoado, a ideia foi aprovada por eminentes de Portugal,  levou o rei D. João III, a enviar para o Brasil uma expedição liderada por Martim Afonso de Sousa.

Cristóvão Jacques também sugeriu que houvesse a divisão territorial em Capitanias Hereditárias. Em 1535 a Capitania do Rio Grande foi doada pelo Rei D. João III a João de Barros. O resultado dessa colonização foi um fracasso e na invasão francesa, dando início ao contrabando do pau-brasil, dominando a área até 1598.

Os franceses se fixaram no litoral do Rio Grande do Norte sem propósito de dominar os nativos, devido isso, os nativos da região viram os franceses como aliados. Porém, esse povo confrontava os portugueses que habitavam a Paraíba.

O rei Felipe II teve interesse na Capitania do Rio Grande quando anexou Portugal e suas colônias à Espanha devido a sua localização estratégica, além disso, ele percebeu o abandono que ocorria nas regiões que hoje correspondem ao Norte e Nordeste do Brasil.

Para expulsar os franceses então o rei Felipe II lançou duas cartas, uma em 1596 e outra em 1597 que determinavam a saída dos franceses do território do Rio Grande em definitivo. Também foi ordenado a construção de um forte e a fundação de uma cidade em 25 de dezembro de 1599, essa seria Natal.

A fase da história potiguar entre a fundação de Natal e a invasão holandesa é considerada como uma das fases mais obscuras, devido ao fato de que os arquivos históricos que narram fatos anteriores à conquista holandesa, terem sido destruídos pelos holandeses durante o período da invasão.

A holanda tentou uma primeira invasão ao Rio Grande em 21 de dezembro de 1631, mas foram recebidos a fogo pelo capitão-mor Cipriano Pita Carneiro, eles tentaram uma segunda vez e mesmo diante da resistência na Fortaleza da Barra eles obtiveram sucesso após o capitão Pedro Mendes de Gouveia abandonar as dunas localizadas próximas a fortaleza, o que permitiu aos holandeses instalar uma artilharia que serviu para destruir a Fortaleza da Barra.

O domínio holandês gerava descontentamentos para alguns dos colonos, devido principalmente ao duro regime que era imposto pela Companhia das Índias Ocidentais, sobretudo na administração de Maurício de Nassau. Portugal pressionava cada vez mais a Holanda para que suas colônias fossem devolvidas, mas ela não concordava, o que gerou um grande clima de hostilidade entre os dois impérios.

Em 11 de janeiro de 1701, o Rio Grande do Norte é subordinado a Pernambuco e, posteriormente, à Paraíba, vindo a se emancipar deste 18 de março de 1818, através de Alvará-Régio, tendo como primeiro administrador José Inácio Borges, deposto em dezembro de 1821. Com a deposição, uma junta assumiu o poder até a convocação de novas eleições. 

Quando o Brasil conquistou a independência do domínio português em 1822, após três séculos, o Rio Grande do Norte passaria a se tornar província, porém a notícia levaria três meses para chegar.

A história do Rio Grande do Norte pós independência

História do Rio Grande do Norte
Praia do Pipa, foto por: Silene Andrade

No ano seguinte a independência o imperador imperador D. Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte, que havia sido formada para elaborar a primeira constituição imperial. Isso iniciou um conflito em Pernambuco e acabou envolvendo outras províncias da região. 

Na província do Rio Grande do Norte, o movimento foi caracterizado pela atuação de Tomás de Araújo Pereira, com o objetivo de evitar a ocorrência de conflitos armados em território potiguar. No final, o movimento acabou sem obter sucesso.

A primeira adesão às ideias republicanas no Rio Grande do Norte ocorreu cinco anos antes da independência do Brasil, em 1817, seus principais signatários eram fazendeiros, comerciantes e senhores de engenho. A reação a esse movimento na província foi representada por dois partidos sem unidade geológica entre eles: Liberal e Conservador. 

Se acredita que o início oficial da propaganda republicana na província do Rio Grande do Norte teria ocorrido em 1851, com a publicação de um jornal dirigido por Manuel Brandão, de nome Jaguarari. Entre 1857 e 1875, com a participação de Joaquim Teodoro Cisneiro de Albuquerque, a campanha seguiu, o movimento cresceu e conseguiu obter mais organização.

Desde a independência, a economia do estado, assim como a do país, tinham um setor industrial insignificante. No contexto regional, o Rio Grande do Norte só possuía mais indústrias do que o Piauí e o Maranhão. Nesse setor, a indústria têxtil e alimentícia eram as mais predominantes. Já em relação ao sistema de finanças, foi apenas em 1909 que apareceu o primeiro sistema bancário, localizado na capital.

No dia 1º de janeiro de 1931, o navio italiano “Lazeroto Malocello”, comandado pelo capitão de fragata Carlo Alberto Coraggio, chegava à capital potiguar, trazendo a Coluna Capitolina, doada pelo chefe do governo da Itália, o fascista Benito Mussolini, com o objetivo de comemorar o “raid” Roma-Natal, realizado pelos aviadores Del Prete e Ferrarin. Cinco dias mais tarde, a capital norte-riograndense foi visitada pela esquadrilha da Força Aérea italiana.

Quatro anos depois, ocorreu a Intentona Comunista, liderado principalmente por comunistas, que foi gerado principalmente por setores da população descontentes com a atuação governamental de Mário Câmara. A rebelião saiu vitoriosa e provocou grandes agitações na cidade de Natal, como o assassinato de várias pessoas e o assalto a agências bancárias. 

Em 25 de novembro de 1935, instalou-se o “Comitê Popular Revolucionário” e o jornal “Liberdade” entrou em circulação. O fracasso da Intentona nas cidades de Recife (capital de Pernambuco) e Rio de Janeiro (capital federal da época).

Todos estes acontecimentos provocaram o abandono de Natal pelos rebeldes que foi uma parte importante da historia do rio grande do norte, que deslocaram rumo à região do Seridó. Nessa região, a repressão foi realizada violentamente, e depois Intentona Comunista se encerrou.

A capital potiguar não foi apenas um lugar palco de violência. Sua localização geográfica, próximo à esquina do continente, também fez com que a cidade ocupasse um lugar de grande destaque na história da aviação desde os tempos primórdios, na época dos hidroaviões, quando grandes aeronautas passaram pela cidade.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a cidade se tornou ainda mais famosa e conhecida internacionalmente. Os estadunidenses construíram uma megabase, que desempenhou um papel bastante significativo durante o conflito, que se tornou conhecida como “O Trampolim da Vitória”, atualmente localizada em Parnamirim, sem duvidas impactou diretamente a historia do rio grande do norte.

Quero aprender mais!

Com isso concluímos nosso resumo sobre a historia do Rio Grande do Norte, se você gostou de aprender um pouco mais sobre um dos estados mais lindos do Brasil, não perca a chance de ler nosso artigo: Praias Rio Grande do Norte.

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