Os levantes tapuia em 1687 e 1700

0 538

Hoje vamos aprender sobre Os levantes tapuia em 1687 e 1700 e sobre quais os efeitos desse acontecimento para a historia do Brasil e do RN.

Como em todo Brasil os índios foram muito importante para o início da colonização, mesmo não tendo sendo tratados com o devido respeito eles mostraram um novo estilo de vida para os português, eles entregaram suas riquezas, apresentaram sua culinária, cultura, formas de caçar e de andar pelas matas fechadas.

As grandes disputas por terra, bens materiais e às vezes pela própria liberdade resultou em um grande massacre nas tribos indígenas de todo o Rio Grande do Norte e do todo o Brasil, hoje é raro você encontrar esses povos vivendo nos seus espaços de maneira livre e natural sem a intervenção do homem branco.

Ainda existe povos indígenas no Rio Grande do Norte?

Em 2010, os índios norte-riograndenses correspondiam a apenas 0,42% da comunidade nativa brasileira, sendo assim o Estado com a menor população indígena no Brasil, hoje temos treze comunidades indígenas no Rio Grande do Norte: os Sagi-Trabanda, em Baía Formosa, cujo povo se declara Potiguara.

Os levantes tapuia em 1687 e 1700
Os levantes tapuia em 1687 e 1700

Os Catu, em Canguaretama e Goianinha, que se identificam Potiguaras Eleotérios; os Amarelão, em João Câmara, que dividem-se nas comunidades de Serrote de São Bento, Santa Terezinha, Marajó, Açuncena e Cachoeiras, formadas por um único povo que se denomina Mendonças Potiguaras do Amarelão, estes índios tem inclusive migrado para a capital do Estado, firmando-se no Conjunto Cidade Praia.

Posts Relacionados
1 De 116

Temos Caboclos de Açú, que se afirmam índios Caboclos; a comunidade da Lagoa do Tapará, formada por Tapuias Trarairiús, uma das mais importantes tribos tapuias; e da Lagoa do Apodi, cujos índios se reconhecem Tapuias Paiacús. Em Natal, ainda temos a comunidade de Gamboa do Jaguaribe que se identifica como Potiguara.

Apesar dessas informações, a nossa historiografia clássica afirmou durante muito tempo que os índios do Rio Grande do Norte teriam sido dizimados por epidemias e guerras ainda durante a colônia. Não havia restado nenhum. Assim Câmara Cascudo, por exemplo, encerra seu capitulo sobre os índios norte-riograndenses, em seu História do Rio Grande do Norte.

As tribos de indígenas no Rio Grande do Norte?

É importante lembrar que por conta da miscigenação muitas dessas tribos estão quase extintas, suas culturas matriz foram ganhando espaço para novas adaptações e os índio tomando um pouco de apreço pelo mundo do homem branco.

  • Sagi-Trabanda
  • Potiguara
  • Catu
  • Amarelão
  • Caboclos de Açú
  • Tapuias Trarairiús

Aldeias deram lugar a povoados, Povoados deram lugar a cidades e assim foi acontecendo a modificação cultural no meio desses povos que nunca deixaram de lutar para preservar alguns de seus costumes mais antigos, ainda hoje é possível encontrar danças e festas que remetem ao tempo da colonização.

Como é a realidade dos índios que resistem no RN?

Os mais antigos que ainda tentam manter as tradições de seus povos vivas lamentam o rumo que as coisas tomaram “Em três séculos toda essa gente desapareceu. Nenhum centro resistiu na paz às tentações da aguardente, às moléstias contagiosas, as brutalidades rapinantes do conquistador. Reduzidos foram sumindo misteriosamente, como que sentindo que a hora passara e eles eram estrangeiros na própria terra”.

Os levantes tapuia em 1687 e 1700
Os levantes tapuia em 1687 e 1700

é realmente triste a maneira que as coisas se encontram hoje em dia, muitos não reconhecem a luta que é para um povo que sempre tiveram cultura e depois foram obrigados a largar isso de uma hora para outra.

Quais os motivos dos primeiros confrontos com os Tapuias ?

Como todos sabem, foi no começo da expansão da colonização para o interior da capitania do Rio Grande, que tinha como motivação pela expansão da pecuária que se deu quando começaram a precisar de produtos de subsistências envolvendo os colonizadores luso-brasileiros.

Os diversos grupos de índios tapuias que se encontravam naquela região eram indios guerreiros e motivados pela ameaça que tais colonizadores representavam, desencadearam vários conflitos em que buscavam defender e recuperar a condição social que vivenciavam antes da efetiva presença de não índios no sertão colonial.

Como foi a primeira revolta dos Tapuias?

“A primeira luta do povo brasileiro foi a do índio contra o invasor europeu. Os livros passam a conhecer o Brasil a partir da chegada do colonizador. É com os olhos do que chega para saquear e escravizar um povo livre, portanto, que a História oficial começa a explicar o Brasil.

A rebelião teve início em 1687 na então capitania do Rio Grande do Norte. Mas a sua proporção foi imensa e se espalhou por quase toda a região Nordeste. Sem dúvida, um dos maiores levantes indígenas do País foi o dos tapuias. Mais conhecida como “a guerra dos bárbaros”, a resistência aos invasores por mais de 20 anos atingiu as áreas das capitanias do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

O levante alcançou uma envergadura imensa e reuniu as tribos Aucurus, Paiacus, Icós, Icopinhos, Bulbis, Arius, Pegas, Caracás, Canindés, Coremas, Caracarás e Bruxarás.

Foram quase 30 anos de reforços vindos do Ceará e da Paraíba e que de nada adiantaram diante da rebelião indígena. Só com a chegada dos assassinos, conhecidos na História como bandeirantes, os tapuias foram derrotados.

A agricultura foi uma das causas para os conflitos Tapuias?

Com a expansão da criação de gado para o interior, o invasor expulsava os índios, roubando-lhes suas terras e escravizando os que resistiam. Esse processo se deu com muita violência e crueldade, e não tardou e atiçou a rebelião.

A violência com que os invasores tratavam os índios é testemunhada em uma carta do padre Antônio Vieira ao rei de Portugal, em que afirma “As causas de até agora se ter feito tão pouco fruto com estas gentes são principalmente as tiranias que com eles temos usado, havendo capitão que obrigou a atar dez morrões acesos nos dez dedos das mãos de um principal [chefe indígena] de uma aldeia para que lhe desse escravos, dizendo que o havia de deixar arder, enquanto não lhes desse, e assim fez.”

A rebelião tapuia teve como estopim a morte de um líder da tribo da região de Açu. Como resposta, os índios tomaram armas e gado e derrotaram os opressores.

Como foi a grande união dos Tapuias?

Quase em sua totalidade os tapuias se uniram e, em pouco tempo, dominaram as ribeiras do Açu e Apodi, chegando a cinco léguas de Natal. O capitão-mor Pascoal Gonçalves pede socorro a Pernambuco, Bahia e Paraíba. Pernambuco enviou cinco companhias, chefiadas pelo mestre de campo Jorge Luís Soares, com reforços da Paraíba.

Entretanto, a rebelião era intensa e muitos começavam a fugir de Natal mesmo com a ameaça de cadeia o e confisco dos bens de quem fugisse. Por essa altura, foi nomeado novo capitão-mor Agostinho César de Andrade. Este concede perdão aos criminosos que aceitassem combater os índios. Consegue uma vitória na Serra de Acauã, mas a rebelião prossegue.

Quais as verdades históricas que foram omitidas de você?

Fica evidente que a História da colonização do Brasil pelo invasor português não é de heroísmo da parte deste nem muito menos de bondade da Igreja, haja vista o pedido do bispo de Pernambuco.

A ação de assassinos como Domingos Jorge Velho, que veio a entrar para a História como o que derrotou o Quilombo dos Palmares, patenteia a prática genocida no roubar das riquezas, das terras e da escravização de seres humanos.

Se há algo a se reverenciar é a heroica resistência dos povos que habitavam este País muito antes de o europeu chegar. Ainda hoje estes povos padecem da perseguição e do extermínio de grandes latifundiários, que mantêm a prática, de séculos atrás, de roubar o que restou das terras indígenas.

Os levantes tapuia em 1687 e 1700 e muito mais!

Se você gostou de aprender um pouco sobre essa parte importante da historia do Brasil, aproveite para ler um pouco mais em nosso artigo sobre: Os governos militares e a formação das “novas oligarquias” no RN.

Deixe um comentário