A participação das mulheres na vida social em todo o Brasil é uma coisa que não faz muito tempo, em termos históricos, porém em Natal, especificamente, uma pessoa foi de importante participação: Henrique Castriciano. Quer saber como? Então vem com a gente nesse artigo.
Quem foi Henrique Castriciano?
Henrique Castriciano de Souza foi um poeta, escritor e político potiguar, ele é nascido na vila de Macaíba em 15 de março de 1874. Foi o 9° vice-governador do estado.

Ele era muito letrado e escreveu vários romances e poemas. Dentre eles estão:
- 1899 – Ruínas;
- 1899 – Mãe;
- 1903 – Vibrações;
- 1931 – Redenção de Satã (poema extenso).
Além de peças de teatro, ele viajou o mundo, mas sempre se preocupou com questões de Natal e do RN. Nisso, sempre voltava para cá com suas ideias cada vez mais revolucionárias. Apesar de ter se formado tarde, devido á doenças, ele ainda se formou.
Na sua vida política, foi vice-governador de Joaquim Ferreira Chaves e Antônio José de Melo e Sousa.
Na sua vida social, foi um dos responsáveis pela criação dos Grupos de Escoteiros de Natal, por esse grande ato, ganhou a medalha Cruz de São Jorge, quem deu a medalha foi a União dos Escoteiros do Brasil (UEB).
Como ele contribuiu para a participação das mulheres na vida social de Natal antiga?
No ínicio do século, em 1902, Henrique Castriciano constatou que a sociedade natalense estava atrasada de forma social e cultural, se fosse comparada á outras capitais do Brasil. Ele percebeu que Natal não tinha ainda nenhum teatro, pouquíssimos bailes e as mulheres mal iam á bares e praças, á não ser em dia de missa ou se fossem com os maridos.
Ele então escreveu uma crônica cheia de críticas á sociedade natalense, foi publicada no jornal Gazeta do Commercio, com o nome Crítica de Costumes.
Nela, ele fala da falta de participação feminina na sociedade como um todo, que Natal ainda se enchia de hábitos arcaicos, os quais, segundo Henrique, eram responsáveis pela “vida bisonha que levava a capital do Estado”.
Ele responsabilizou a educação péssima dada as mulheres pela falta da participação feminina na sociedade, trancando elas em casa e deixando-as com medo, devido o rígido controle imposto pela igreja católica, já que morriam de medo de cometer algum pecado, preferindo ficar presas em casa. Como ele disse:
“Apreciando as ruas por detrás das rótulas!”
A ESMO, A República, Natal, 19 fev. 1902
Sete anos depois, ele começou a estudar meios de educar bem e garantir mais a participação feminina na sociedade.
Viagens e aprendizado de Henrique Castriciano
Henrique então começa viajando pela Europa para poder aprender como educar de forma correta as moças da sociedade natalense. Viajou para a Suíça, Itália, Portugal, Espanha, França, Grécia, Egito e Palestina.
Em uma segunda viagem, em 27 de agosto de 1913, visitou a Bélgica e a Alemanha. Dessa segunda viagem, ele voltou renovado e cheio de ideias para a educação popular feminina. Foi então que ele construiu e fundou a Liga para Ensino em 1911 e da Escola Doméstica de Natal, em 1914, professor emérito.
Hoje em dia, a Escola Doméstica de Natal faz parte do conjunto educacional junto com o Colégio Henrique Castriciano e a FARN (Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do RN, tidos como uma das melhores escolas e faculdade de Natal.
Começo da participação das mulheres na vida social de Natal
Em 1920, já começava a participação das mulheres na vida social de Natal, começam a ir em cafés sem a presença de pais ou maridos. Em 1928, as câmeras da revista Cigarra começaram a capitar muitas mulheres em café e bares acompanhadas de outras mulheres. Uma revolução que foi muito importante para a sociedade natalense. Vários desses cafés mais ali pela Ribeira.
A Escola Doméstica foi muito importante para isso, ela tem o objetivo de ensinar as mulheres uma vida caseira e social, mostrando á elas que elas podem sair sem nenhum homem por perto, dando á elas muita autonomia e identidade.
Por isso é bom saber da participação das mulheres na vida social de Natal para saber da história da nossa cidade, de quando começaram a participar e se tornar mais importantes para a sociedade.