Quem foram os principais cangaceiros?

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Os cangaceiros eram denominados todos aqueles que faziam parte do cangaço, movimento criminoso que marcou bastante a região do nordeste brasileiro entre o fim do período imperial e o começo da Era Varguista.

Essas organizações criminosas tiveram bastante figuras famosas que marcaram o nosso imaginário popular, sendo os principais: Antônio Silvino, José Gomes – o Cabeleira, Jesuíno Brilhante, Sinhô Pereira, Corisco – o Diabo Loiro, Zé Sereno, Maria Bonita e Lampião. 

 Qual origem do cangaço e seus principais cangaceiros?

O cangaço foi um movimento de banditismo armado, definido pelas disputas políticas, territoriais e de confrontos de honra. Este movimento abrangeu toda a região semiárida do nordeste brasileiro entre o fim do período Imperial e começo da Era Vargas.

Qual origem do cangaço e seus principais cangaceiros?
Cangaço. Fonte/Reprodução: original.

Ele surgiu como uma das consequências negativas do cenário regional da época, afligido pela seca, miséria e desigualdade social. Não é atoa que algumas figuras do cangaço ganharam fama por serem “bandidos sociais”, que roubavam dos mais ricos e dividiam com os mais pobres. Sendo uma espécie de “Robin Wood” do sertão.

O termo “cangaço” é derivado da palavra “canga”, uma peça de madeira utilizada para deixar bois presos em uma carroça.

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Alguns filólogos consideram que o fato dos antigos membros andarem cheios de armas, como bacamarte passando por seus ombros, traz uma feição de como seria a canga que prende os bois. Por conta disso, diziam que essas pessoas andavam por baixo do cangaço, dessa forma, de uma canga metálica, fabricada com aço.

Esse movimento teve inúmeros membros famosos que ganharam muita notoriedade em nossa cultura popular, como no caso do casal Lampião e Maria Bonita, sendo os nomes mais famosos da história do cangaço. Entretanto, é válido lembrar e conhecer a história de outros nomes muito interessantes, confira logo á seguir.

Antônio Silvino

 Antonio Silvino foi a alcunha escolhida por Manoel Batista de Moraes (-1875+1944), originado de uma família boa e bastante influente na região de Afogados da Ingazeira-PE. Quando ele era jovem, entrou no Cangaço com a finalidade de vingar a morte de seu pai, e acabou fazendo várias ações que não eram aceitas pela sociedade.

No ano de 1900, Silvino assumiu o comando do grupo liderado anteriormente por Silvino Aires, depois deste ser preso. Com intuito de homenagear o homem que ensinou as táticas e artimanhas de como ser um bom  cangaceiro, passou a utilizar este codinome. 

José Gomes, o Cabeleira

Nascido no final dos anos de 1700, na zona florestal de pernambuco, José Gomes, o Cabeleira é considerado como umas das principais figuras do cangaço, considerado por alguns historiadores o primeiro cangaceiro, mesmo não existindo esse termo na época em que estava na ativa.

Suas atividades criminais eram feitas ao lado de seu pai, e envolviam grandes assaltos e chacinas mortais em todo o estado de Pernambuco. Elas chegaram ao fim no ano de 1786, quando, escapando da polícia, se esconderam em um canavial da cidade de Paudalho, na zona florestal, e acabou sendo emboscado.

Após ser capturado, José Gomes foi condenado pela justiça, sendo executado a morte no dia 28 de março do mesmo ano, dentro do Largo das Cinco Pontas, na capital pernambucana.

 Jesuíno Brilhante

Conhecido por ser o líder do primeiro bando de cangaceiros da história, Jesuíno Alves de Melo Calado, mais conhecido como “Jesuíno Brilhante”, nascido na cidade de Patu, no estado do Rio Grande do Norte. Ele exerceu suas atividades criminais nos anos de 1870, nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

No decorrer de sua trajetória, Jesuíno Brilhante ganhou fama de “cangaceiro romântico”, roubando dos ricos e distribuindo aos mais pobres, sendo uma espécie de “Robin Wood” do sertão. Durante a grande seca ocorrida no ano de 1877, ele juntamente do seu bando saqueou vários comboios enviados pelo governo para distribuir aos mais necessitados.

Sinhô Pereira

Sebastião Pereira e Silva, mais conhecido pela alcunha de Sinhô Pereira, foi um cangaceiro conhecido por ter sido chefe do lendário grupo de Lampião. Ele foi responsável por comandar o agrupamento de pessoas que tocaram o terror no nordeste durante os anos 1910-1920.

Ele tinha uma boa base em sua estrutura familiar, entretanto, por conta de atritos familiares, parte dela foi assassinada. Isso fez com que Sebastião ingressasse no cangaço. Ele se mostrou tão bem nessa atividade, que ganhou o apelido de Demônio do Sertão.

Depois de alguns anos no mundo do cangaço, Sinhô Pereira resolveu abandonar essa vida e migrar para o interior de Minas Gerais, onde viveu uma vida pacata com sua família até o final da sua vida, no ano de 1979. Sua saída do cangaço fez com que Virgulino Ferreira, o Lampião, assumisse a liderança do grupo.

Lampião

De longe, o nome mais emblemático do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, chefiou o grupo de cangaceiros mais famosos da história entre os anos de “1922 e 1938”. Ele era de uma família de posição bastante razoável, mas perdeu tudo por conta de uma disputa de territórios. Em 1938, ele juntamente do seu bando foram emboscados e tiveram suas cabeças amostradas em praça pública.

Sua figura ganhou fama no país todo, por conta do alto movimento migratório de nordestinos para a região sul/sudeste do Brasil, que acabaram levando parte das aventuras de Lampião e seu bando por meio da literatura de cordel e outras formas de expressão artística.

Maria Bonita, a primeira mulher do cangaço

Maria Bonita foi a parceira de Lampião, além de ser a primeira mulher a ingressar no cangaço. Ela nasceu em uma cidadezinha do povoado de Malhada de Caiçara, pertencente à cidade de Glória, na Bahia, no dia 08 de março de 1911.   

Ela se junta ao grupo de Virgulino Ferreira no ano de 1929, após ter se separado do seu antigo marido, o qual conquistou o coração do chefe do cangaço por sua beleza e determinação. Sua entrada no grupo foi importantíssima, pois ajudou com que mais mulheres entrassem no movimento.

Corisco, o Diabo Loiro

Cristino Gomes da Silva, mais conhecido pela alcunha de Corsico, foi um dos cangaceiros mais brutais e sanguinários da história. Ele ganhou fama por ter sido líder do maior grupo criminoso da região, após a morte de Lampião.

Anos depois, ele tentou largar a vida de bandido para ter uma vida normal como vaqueiro, contudo, foi morto brutalmente por um volante – policial especialista em combater cangaceiros.

Zé Sereno

Zé Sereno foi um dos homens de confiança de Lampião, ele juntamente de sua esposa Sila, formaram um dos casais mais famosos do movimento naquela época. Ele, juntamente de sua companheira, conseguiu escapar da emboscada que a polícia fez ao grupo de Virgulino.

Ele se mudou para a Bahia e, anos depois, foi para São Paulo, onde viveu até o final da sua vida, no ano de 2005. Após anos como cangaceiro, Zé trabalhou como Funcionário Público, por sua vez, Sila exerceu a profissão de costureira de figurinos das novelas da TV Bandeirantes.

Ao decorrer do artigo ficou notório o quanto o assunto é bastante amplo que, apesar de ser muito popular, não é conhecido de forma bem aprofundada pelo público geral. Vale ressaltar a alta variedade do movimento e de seus membros, muitas vezes tendo motivações diferentes para praticar tais atividades.

Dentro dele, havia cangaceiros que agiam em prol do bem-estar popular e outros que agiam pela pura e simples maldade.

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