Quem foram os reitores da UFRN até hoje?
Numa universidade, seja pública ou privada, quem comanda as suas atividades é a reitoria, onde o seu principal administrador é o reitor, em que nos últimos anos é escolhido a partir de uma eleição feita por corpo docente, discente e servidores e na lista tríplice enviada a presidência da República indicando quem foi o mais votado.
No entanto, a UFRN ainda conseguiu nomear os reitores escolhidos pelo povo. Entretanto, nos últimos tempos, os reitores estão sendo nomeados os que mais caracterizam os interesses governamentais na lista tríplice.
O foco deste texto, todavia, é mostrar as pessoas nomeadas na instituição de ensino e as suas principais ações.
O que são e função dos reitores da UFRN?
Assim como o presidente é a representação oficial do país, um reitor representa a autoridade de uma instituição de ensino. Ele tem múltiplas funções, como gestão pública e negociação com o corpo docente, discente e servidores. A eleição das universidades segue o mesmo modelo desde 1995, onde há consulta dos universitários e professores. Dessa votação, sai uma relação com os 3 nomes mais votados, a lista tríplice.
Assim, o presidente escolhe um deles para assumir a posição. Mesmo que não seja obrigação do governo, é comum o presidente escolher o mais voltado, apesar da última gestão presidencial quase não ocorrer.
Além disso, o reitor deve discutir melhorias do ensino, investir pesquisa e extensão, sem contar que precisa ter noção de liderança, saber o cotidiano da universidade, ter bom relacionamento e realizar um planejamento acadêmico.
Quem são os reitores da UFRN da fundação aos dias atuais?
A seguir, vamos apresentar os reitores da UFRN durante toda a sua existência.
Onofre Lopes da Silva (1959 – 1971)
Onofre Lopes da Silva nasceu em 1907, na cidade de São José de Mipibu. Na adolescência, mudou-se para Natal, onde estudou no Grupo Escolar Augusto Severo e depois foi para escola do professor Zuza, onde concluiu o que hoje chamamos Ensino Médio. Com ajuda de José Augusto, começou a estudar Medicina em Recife e em 1928 transferiu a faculdade para o Rio de Janeiro, onde estagiou no Hospital da Marinha e voltou para Natal trabalhando na Junta Médica da Inspetoria dos Portos e conheceu Januário Cicco, no qual alguns consideram o seu mentor.
Foi Cicco que estimulou Lopes a trabalhar no hospital. Hoje, o nome do Hospital Universitário é Onofre Lopes em sua homenagem, no qual também foi o primeiro diretor, quando ainda se chamava Miguel Couto. Foi na unidade hospitalar que fundou a Faculdade de Medicina, que estimulou a criar a Universidade do Rio Grande do Norte. Em 1958, a universidade foi federalizada, transformando-se em Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde Onofre Lopes se tornou o primeiro reitor.
Esse vínculo levou-o a fundar a Faculdade de Medicina de Natal, em 1955, marco definitivo para a criação da Universidade, a qual viria a ser sua maior e mais meritória obra. Iniciada como universidade estadual, em 1958, a instituição foi federalizada dois anos depois, pela ação pertinaz e competente do seu fundador. Ao deixar a Reitoria, deu seqüência ao maior programa de extensão da universidade brasileira, o CRUTAC, que promovia o bem-estar dos servidores da instituição de ensino.
Faleceu no ano de 1984. Em 1988, durante as comemorações de 30 anos da UFRN, foi inaugurado o busto de bronze com sua imagem e está no pátio principal do prédio da reitoria.
Genário Alves da Fonsêca (1971 – 1975)
Nascido em 12 de janeiro de 1923, Genário Alves Fonseca na cidade de Salvador. Em Natal, começou a trabalhar na UFRN em 1961, onde tornou-se professor da Faculdade de Farmácia. Posteriormente, ele foi diretor do Laboratório Farmacêutico de Produção Industrial. Na sua gestão, destaca-se a mudança dos cursos da UFRN para o Campus Universitário, que ficou pronto nos anos 70. Antes, os cursos eram espalhados em prédios nos vários lugares de Natal. Sem contar que foi na sua gestão que surgiu a TV Universitária, a TVU.
Também foi responsável em fundar o campus de Caicó. Em 2010, o ex-reitor faleceu aos 87 anos, vítima de uma hemorragia digestiva.
Domingos Gomes de Lima (1975 – 1979)
Domingos Gomes de Lima assumiu a reitoria em 1975, onde concluiu a construção do Campus Central em uma área verde de 130 hectares, além de inaugurar o Ginásio Olímpico e o atual prédio da reitoria.
Foi nessa época que surgiu a Cooperativa Cultural, que é uma livraria administrada por um Conselho composta por membros da universidade e reúne tantos livros acadêmicos quanto comerciais. A sua primeira sede era no prédio onde funciona o Diretório Central de Estudantes (DCE).
Diógenes da Cunha Lima Filho (1979 – 1983)
Natural de Nova Cruz, Diógenes da Cunha Lima nasceu em 26 de julho de 1937. Se formou em Direito, onde exerceu a advocacia e posteriormente foi professor da UFRN ensinando Direito Comercial. Na década de 80 foi nomeado reitor da instituição de ensino e presidiu o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras.
Foi na sua gestão que surgiu o Centro de Convivência, espaço que reunia restaurantes, lojas e bancos para que os alunos pudessem andar pelo campus sem precisar sair para a parte externa.
Genibaldo Barros (1983 a 1987)
Natural de Currais Novos, Genibaldo Barros é médico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, que hoje pertence à Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua carreira na UFRN começou como professor de pneumologia da instituição, posteriormente foi secretário de saúde do RN e vice-governador na gestão de Tarcísio Maia.
Após a mudança de governo, ele conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde foi presidente entre 1983 e 1984. A sua saída no TCE se deu por conta de sua nomeação como reitor na universidade.
Daladier Pessoa Cunha Lima (1987 a 1991)
Daladier é médico e recebeu o convite de Onofre Lopes para integrar a equipe de saúde do CRUTAC, em Santa Cruz, órgão responsável em fiscalizar o bem-estar dos servidores. Foi diretor do Centro de Ciências da Saúde, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Vice-Reitor e, em 1987, assumiu a Reitoria como o primeiro Reitor eleito em processo de escolha democrática na UFRN. Além disso, ajudou a construção da Escola de Música da UFRN e criou o Planejamento Estratégico.
Uma curiosidade a informar que Daladier Cunha Lima é irmão do ex-reitor Diógenes da Cunha Lima. Hoje, ele é reitor da UNI-RN, universidade que faz parte do Complexo Educacional Noilde Ramalho.
Geraldo Queiroz (1991 a 1995)
Geraldo Queiroz é jornalista formado pela Faculdade Eloy de Souza, onde posteriormente se tornou professor da instituição de ensino. Ele é irmão de Terezinha Aranha, professora aposentada do Departamento de Serviço Social.
Foi reitor da universidade no início dos anos 90. Em 2016, ele lançou um livro chamado “Memórias: Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza”, onde contou as suas experiências onde hoje formaria o Departamento de Comunicação Social. Atualmente, ele é membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras.
José Ivonildo do Rêgo (1995 – 1999)
Ivonildo Rego teve a sua primeira gestão na UFRN no final dos anos e seguindo os moldes de eleição de reitor. O mesmo considera a primeira gestão a mais difícil, onde a UFRN encontrava-se sucateada e quase 11 mil alunos. Além disso, encontrou dificuldade na administração, uma vez que durante o governo de Fernando Henrique Cardoso houve redução de verba.
O José Ivonildo é formado em Engenharia Elétrica pela UFRN e tem mestrado na mesma área. Passou uma temporada no Rio de Janeiro enquanto fazia uma pós-graduação. Além disso, ele é membro da Sociedade Brasileira de Automática e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, cujo seu foco é Automação Eletrônica de Processos Elétricos e Industriais.
Otom Anselmo de Oliveira (1999 – 2003)
É formado em Farmácia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1972) e doutor na Universidade Estadual de Campinas (1981). Seu estudo tem como base em compostos de coordenação, espectroscopia e Educação em Química. Após a gestão de Ivonildo Rego, o próximo reitor foi Otom Anselmo, que era seu vice-reitor. Anteriormente, ele havia sido o vice-Diretor do Centro de Ciências Exatas e da Terra (1988 – 1991); Diretor do Centro de Ciências Exatas e da Terra (1991 – 1995).
Hoje, ele é Diretor do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e após sair da reitoria foi chefe do Departamento de Química (2007 – 2011).
José Ivonildo do Rêgo (2003 – 2011)
Após uma gestão problemática devido ao sucateamento da UFRN, José Ivonildo Rêgo volta a reitoria com a missão de reerguer a universidade, onde melhorou a sua infraestrutura e também neste período a gestão ficou conhecida como a maior incentivadora de grupos de pesquisas.
Um de seus destaques foi instalar o Projeto de Reestruturação e Expansão da UFRN (REUNI), que promoveu crescimento de 53% dos cursos de graduação e 40% de pós-graduação. Foi nesta época que surgiu os cursos de Geofísica, Ciência e Tecnologia, Química do Petróleo, Ciências Atuariais, Dança, Design, Gestão de Políticas Públicas, Publicidade e Propaganda, Espanhol, Engenharia Biomédica, Engenharia Mecatrônica, Engenharia de Redes e Comunicação, Engenharia do Petróleo, Engenharia Florestal, Fonoaudiologia, Gestão Hospitalar e Sistema da Informação somente no campus central.
Já no campus do interior do estado, ele criou os cursos de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia. E também ajudou a promover concursos públicos permitindo a entrada de novos professores e funcionários.
Ivonildo foi escolhido a partir de uma eleição, onde o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, respeitou o mais votado da lista tríplice. Foi o primeiro reitor a ser reeleito por um segundo mandato consecutivo, onde ficou conhecido por ser um reitor que ajudou a expandir a universidade com novos cursos e projetos. Além disso, ele foi um dos idealizadores do Instituto Metrópole Digital.
Angela Maria Paiva Cruz (2011 – 2019)
A primeira reitora mulher da universidade foi eleita em 2011. Antes, ela era vice-reitora da gestão de José Ivonildo do Rêgo. A sua intenção inicial era continuar o legado da administração anterior. Um dos seus destaques foi anexar o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Maternidade Januário Cicco e a Maternidade Ana Bezerra para Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
Além disso, a reitora continuou com as atividades de expansão de curso e também incentivou o desenvolvimento de pesquisa, através do aumento do registro de patentes.
Ângela Paiva recebeu a nomeação em maio de 2011. Ela é doutora em Educação com mestrado em Filosofia e formada em Matemática. É professora da UFRN desde 1983, em que foi vice-diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA/UFRN) e chefe do Departamento de Filosofia.
Ângela Paiva foi reeleita em 2014 com 80% dos votos dos estudantes e foram mais de 10 mil votos de alunos, professores e servidores.
Quem é o atual reitor da UFRN?
O atual reitor se chama Daniel Diniz e está em atividade desde 2019. Seu nome completo é José Daniel Diniz Melo. A sua formação é Engenharia Mecânica e Engenharia Civil. Antes da reitoria, ele era professor do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e ainda é professor visitante do Departamento de Aeronáutica e Astronáutica da Universidade de Stanford (EUA).
Este não é o primeiro cargo administrativo na universidade, uma vez que foi chefe do Departamento de Engenharia de Materiais e diretor do Centro de Tecnologia. Seu último cargo foi vice-reitor da UFRN na segunda gestão da reitora Ângela Maria Paiva Cruz, de maio de 2015 a maio de 2019.
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